CURADORIA de Maria de Fátima Lambert
A nova exposição, alberga a coleção de carros de cavalo do século XIX da família Gramaxo, em contraste com a liteira Futurista de Ana Fonseca, vinda diretamente do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa.
Dentro e fora das carruagens, sente-se o sol e a chuva dos tempos idos e, talvez, dos vindouros.
Aprecia-se a paisagem como se fosse um cenário.
Demora-se o nosso olhar no aconchego da manta precavida que descansa no assento. Cobria o regaço
e as pernas, quando o frio se impunha, ao atravessarem-se montes e vales, riachos e planícies.
Acredita-se que a terra se aquieta, os animais ilustramo horizonte, quando as rodas tocam estradas ou caminhos.
Os cavalos olham de viés as nuvens que obscurecem as manhãs. Os viajantes temem uma borrasca ou inesperados amigos do alheio na jornada.
Viaja-se. Carrega-se, ao ritmo dos hipomóveis, o tempo redondo que protege. As figuras movem-se no relvado, residem na paisagem.
O cenário aqui está, bem como as peças da coleção. A liteira futurista de Ana Fonseca, infiltra-se no arco do tempo. Apresenta-se no agora, ligeira e cautelosa, atravessa ideias e fantasias; cumpre, cumprirá, talvez, os sonhos cinematográficos de muitas gerações.
Bilhetes na recepção do Museu ou online.
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